Como combater as fake news?
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Pesquisa inédita realizada pelo Opinion Box em parceria com o Digitalks mostra como os brasileiros lidam com as fake news no dia a dia. O tema das fake news tem sido motivo de discussão em diferentes esferas. Governos, veículos de comunicação e grandes empresas estão debatendo o tema em profundidade, tentando encontrar formas de combater a disseminação das notícias falsas. Recentemente, por exemplo, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Facebook e o YouTube tirassem do ar todos as postagens com fake news contra a vereadora Marielle Franco. Mas será que os leitores estão preocupados com o tema? Esta é uma pergunta importante a ser feita. Por isso, o Opinion Box e o Digitalks fizeram uma pesquisa inédita para entender se os internautas brasileiros estão preocupados com fake news e como se comportam diante dela. Os resultados da pesquisa foram apresentados na Conferência: Content 2018 pelo Felipe Schepers, COO do Opinion Box, e debatidos por especialistas do mercado. Compartilhamento de fake news É interessante notar que 37% dos entrevistados contaram que já publicaram um conteúdo nas redes sociais ou no WhatsApp e depois descobriram que se tratava de uma notícia falsa. Desses, 57% apagaram o conteúdo e 29% desmentiram a informação. Além disso, 79% já perceberam que algum amigo ou parente havia compartilhado uma notícia falsa em sua timeline. Desses, 46% avisaram a pessoa em particular, 38% comentaram na própria publicação e 15% não fizeram nada. Chama a atenção que 8% admitiram que já compartilharam fake news intencionalmente. As principais justificativas, nesses casos, é que os usuários acharam o conteúdo engraçado, gostariam que fosse verdade ou não tinham certeza absoluta se era mesmo falso. Confiança nos meios de informação Um dado curioso da pesquisa é que 33% dos entrevistados acreditam que as redes sociais têm mais notícias falsas do que verdadeiras e 62% concordam que a internet contribui para espalhar informações falsas. Por outro lado, 76% utilizam sites, portais e blogs para ler e acompanhar notícias, e 74% usam as redes sociais. O meio de comunicação considerado o mais confiável pelos internautas é a TV. 6 em cada 10 entrevistados confiam nas informações recebidas pelos canais de televisão, e 57% confiam nos jornais. 31% confiam nas notícias de sites, blogs e portais, e apenas 16% confiam nas informações provenientes das redes sociais. Os dados revelam uma baixa confiança nos meios, de uma forma geral. Por isso, é dever dos veículos de comunicação não só combater as fake news, mas também resgatar a confiança dos seus leitores e espectadores. Da mesma forma, empresas que têm papel importante no compartilhamento de conteúdo, como as redes sociais e o próprio Google, também precisam ter mecanismos de checagem de informações. Como combater as fake news? Na pesquisa, identificamos que a opinião dos entrevistados se divide em relação a quem é o responsável pela verificação da veracidade de uma informação. 30% acham que a responsabilidade é do próprio usuário que compartilha a notícia. 28% acham que é do veículo que publica e 25% acham que é das redes sociais onde as notícias são publicadas. A verdade é que a responsabilidade é de todos. Os veículos de comunicação precisam estancar a produção de notícias falsas. As redes sociais e outras empresas precisam detectar formas de inibir a propagação dessas notícias em grande escala. Os órgãos públicos precisam fiscalizar e punir os responsáveis pelas fake news. E os usuários precisam ter senso crítico para identificar as fake news que chegam até eles e contestá-las. Este senso crítico, no entanto, deve ser incentivado pelas empresas, veículos e governos. É possível identificar uma série de ações e discussões que estão sendo feitas em torno do tema, desde legislações até a adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial e ferramentas de big data analytics. Mas ainda falta ampliar o engajamento deste último elo da cadeia, que é o usuário. Quando se fala em combate à fake news, é preciso ter em mente que se trata sim de uma batalha. Quem cria e dissemina conteúdos falsos tem intenções perversas por trás, sejam financeiras, políticas ou de difamação. E isso deve ser combatido. Por isso, enquanto a questão das fake news não for encarada como uma epidemia ou uma crise nacional que merece a atenção de todos, será muito difícil vencer essa batalha. Fonte: DigiTalks
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